Treinador português que se teve de esconder de adeptos aos tiros já reagiu
Na noite de quinta-feira, o Goiás venceu o Vasco da Gama por 1-0 no Estádio de São Januário. Foi a estreia do treinador português Armando Evangelista, embora não tenha ficado literalmente no banco de suplentes, mas tenha acompanhado o jogo por rádio num camarote. Apesar da vitória, a equipa ainda está na zona de despromoção do Campeonato Brasileiro.
Após o apito final do árbitro, o estádio testemunhou cenas de terror e vandalismo, o que deixou Evangelista bastante assustado.
“Foi muito bom. É óbvio que uma semana de trabalho não deu para fazer muito ainda, era importante quebrar algumas situações que a equipa trazia. Por exemplo, em todos os jogos do Brasileirão tinha sofrido golos e agora não sofremos, nunca tinha ganho fora de casa, só tinha conseguido fazer dois golos fora de casa, conseguir três pontos fora de casa e isso era importante para que a equipa pudesse acreditar nas ideias e no que nós procuramos trazer. Foi um resultado que me satisfaz, agora tenho a certeza que foi um trabalho muito curto e temos ainda muito a fazer, começou por dizer, ao Record, o técnico, referindo-se à estreia no clube.
Questionado por um jornalista do jornal Record sobre o que aconteceu no final do encontro, Armando Evangelista diz: “O maior problema foi no final do jogo. Nós estávamos num camarote a dirigir a equipa a partir de um rádio e quando o árbitro terminou o jogo, gerou-se um tumulto, invadiram os camarotes, partiram os vidros e nós tivemos que ficar fechados no camarote, escondidos, para que ninguém nos pudesse ver. Nós tememos o pior, já que foram confrontos muito feios e que em nada dignificam o que é o futebol, nada dignificam o que é o espetáculo e nada justifica o que se viu. Mas pronto, passou e é bom que se tomem medidas para que isto não se repita, pois acima de tudo é importante a segurança dos intervenientes, jogadores, os próprios adeptos têm que ter segurança. É um espetáculo e temos que nos sentir seguros para ir a um jogo. Eu vi crianças a chorar com gás pimenta nos olhos. Nós temos sofremos com o gás pimenta e é triste, porque o futebol não pode representar isto. Mas de qualquer forma, esta é a minha opinião e tenho que a dar como interveniente, mas fico triste.”
Felizmente, tudo acabou bem e ninguém sofreu qualquer tipo de agressão fisíca, como diz o treinador. “Saímos mais tarde, sem problemas. Os polícias fizeram um excelente trabalho, mesmo no resgate que fizeram da comitiva no camarote. Foram fantásticos e depois na saída do estádio também fizeram um grande trabalho e foram exemplares nisso. Graças a Deus correu tudo bem, só temos a elogiar o grande trabalho dos polícias.”.