“Cristiano Ronaldo transformou-se num idiota útil de uma ditadura, uma das piores do mundo”
Henrique Raposo, um escritor que contribui com artigos para o jornal Expresso e para a estação de rádio Renascença, e possui conhecimentos em História e Ciência Política, expressou críticas no programa ‘As Três da Manhã’. Raposo questionou a decisão de Cristiano Ronaldo em “abrir as portas” da Arábia Saudita ao aceitar jogar pelo Al Nassr em janeiro passado.
Desde então, tem havido um número crescente de jogadores de futebol deixando o cenário europeu para se mudarem para aquele país, onde uma monarquia absoluta prevalece.
“O problema começa com o Ronaldo, que se transformou num idiota útil de uma ditadura, uma das piores do mundo, e abriu a porta para outros jogadores serem também idiotas úteis de uma ditadura que se está a tentar legitimar. Há aqui uma personagem, o Mohammad bin Salman, que está a ‘secar’ o poder local e está a fazer da Arábia Saudita uma espécie de ditadura Europeia, com um estado centralizado e ditatorial. Em troca deu alguns direitos às mulheres, mas deu agora e pode tirá-los daqui a uns anos, se lhe der jeito”, começou por dizer.
“É um pouco triste vermos jogadores de futebol que são estrelas, símbolos e exemplos para as nossas crianças, não só na Europa mas no resto do mundo, a transformarem-se em idiotas úteis de uma ditadura. Temos jogadores que ganham 5,6,7, 10 milhões de euros limpos e recebem uma proposta de 50, 60 ou 70… Vejamos o que se passa com a juventude europeia, que está num buraco de desespero, não há emprego para a classe operária. Basta ver o desespero em França, é um pouco surreal estarmos a analisar um jogador que ganha 60 milhões ao lado de milhões e milhões de jovens que não têm saída.”, concluiu.