Daniel Alves pode ficar mais tempo na prisão do que o inicialmente previsto
O Ministério Público espanhol vai recorrer da condenação a quatro anos e meio de prisão do futebolista brasileiro Dani Alves por violação em 2022 de uma jovem em Barcelona, com o objetivo de aumentar a pena.
Conforme informaram fontes judiciais à agência EFE, o Ministério Público está a preparar o recurso da decisão proferida na semana passada, na qual o tribunal considerou como atenuante o pagamento de uma indemnização de 150.000 euros à vítima, que corresponde ao valor da fiança.
Esta atenuante, referente à compensação pelos danos, levou a Audiência de Barcelona a reduzir a pena para quatro anos e meio – o mínimo estabelecido por lei para casos de agressão sexual -, enquanto o Ministério Público havia pedido nove anos de prisão para o jogador.
Durante o julgamento, tanto o Ministério Público como a defesa da jovem se opuseram à aplicação da atenuante referente à compensação, argumentando que esse valor foi estabelecido como fiança pelo juiz de instrução para o jogador, que insistiu várias vezes em oferecer essa quantia à vítima, sem que ela a aceitasse.
A Procuradoria também considera que a aplicação da atenuante a Dani Alves, devido ao pagamento da fiança de 150.000 euros, pode ser discriminatória, pois confere uma vantagem ao acusado devido à sua capacidade financeira.
Além do Ministério Público, a defesa da jovem também planeia recorrer da sentença, assim como os representantes de Dani Alves, mantendo o argumento de que as relações sexuais foram consensuais.
Segundo o processo, Alves estava numa discoteca em Barcelona, onde encontrou a vítima com outras pessoas. Ele convidou-a para dançar e depois levou-a para a casa de banho, onde a forçou a ter relações sexuais.