(VÍDEO) Conselho de arbitragem divulga novos áudios do VAR
No programa ‘Juízo Final’ da Sport TV, o Conselho de Arbitragem apresenta mais comunicações áudio do VAR nos jogos da Liga Portugal Betclic. Serão disponibilizados todos os lances, imagens e vídeos das jogadas que serão analisadas.
PRIMEIRO LANCE:
SC.Braga – Estrela da Amadora: Possível penálti sobre Gaspar:
VAR – Daqui VAR, peço que venhas à zona de revisão para um possível penálti.
Árbitro – Ok.
VAR – Quando chegares avisa. Estás a ver a bola a bater na mão?
Árbitro – Ok, mas eu marco a falta do Gaspar, certo?
Árbitro – Mostra-me lá… muda de câmara. Há ali um empurrão…
VAR – Percebes? Para nós, não há empurrão nenhum.
Árbitro – Muda lá outra vez. Esta já vi.
VAR – Não temos muito mais. Temos atrás da baliza, por exemplo.
VAR – Tem as duas mãos no ar, Malheiro. Tu é que sabes. Para mim é penálti.
Árbitro – Vou manter a minha decisão. A primeira falta é do Gaspar.
VAR – Ok…
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“Aqui, sim. O som do apito é importante. Aqui, quando o árbitro apita já tinha acontecido uma segunda infração. Para o VAR não há infração, mas o que existe é a bola levantada. O VAR, por bem, chamou o árbitro porque entendeu que havia penálti. O árbitro manteve a sua decisão, mas na nossa opinião devia ter mudado.”
SEGUNDO LANCE:
SC.Braga – Estrela da Amadora: VAR discorda do penálti:
VAR – Daqui VAR, peço-te que venhas à zona de revisão.
Árbitro – Bruno, o que se passa?
VAR – O Banza recebe a bola, aqui, ele depois joga-se ali, joga as pernas, braços para o ar… É um toque muito ligeiro para isto… os braços no ar, os joelhos vão para o chão… Para mim, é simulação.
Árbitro – Dás-me logo o ponto de contacto.
VAR – Muito ligeiro.
Árbitro – Aqui o atacante não está em queda sequer.
VAR – A decisão é tua, Malheiro.
Árbitro – Um bocadinho para trás. Quem toca aqui na bola é o atacante. Aqui há um contacto. Depois, é um contacto
VAR – Muito ligeiro… A decisão vai ser sempre tua.
Árbitro – Vai ser penálti.
VAR – Ok…
Árbitro – Dois vermelhos no banco.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“Antes de começar por aí, deixe-me voltar atrás. Estamos a falar do mesmo jogo, em que o árbitro não validou a opinião do VAR e manteve a sua decisão. É um processo independente. No último programa tivemos um lance com algumas semelhanças a este. Na verdade, há um contacto. O avançado deixa-se cair. Já não se fala de uma questão de intensidade. Nós não queremos este tipo de lances, não abona a qualidade do futebol. O VAR fez muito bem ao chamar o árbitro para reverter a decisão. Não consideramos isto uma rasteira.”
TERCEIRO LANCE:
Benfica – Estoril: Possível penálti de Mangala sobre Marcos Leonardo:
VAR – Manuel, daqui VAR, peço-te que venhas à zona de revisão para analisar um possível penálti.
Árbitro – Um possível penálti? Diz lá, Luís.
VAR – O jogador do Estoril a tentar defender a bola acerta no avançado de sola.
Árbitro – Mais devagar, Luís. Mais devagar. Ele chuta, mas é ele que lhe dá. Isto para mim não é penálti. Até é ele que vira a chuteira.
VAR – Tu é que sabes, Manuel. Ele vai de pé feito.
Árbitro – Para mim, tudo normal. Mete mais um bocadinho para trás. O Mangala, é o 22, não é? Para mim isto é um choque normal.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“Este foi o primeiro jogo neste Estádio que tivemos um anúncio público. Para que haja uma explicação pública, tem de dizer quem está envolvido na jogada. O jogador do Estoril vai de pé em riste, não joga a bola. O VAR chamou bem para um possível penálti. Foi anunciado que se manteve a decisão inicial. Na nossa opinião, a decisão final foi errada. O jogador atinge e é negligente. Ficou por marcar um penálti e um cartão amarelo ao jogador do Estoril.”
QUARTO LANCE:
Rio Ave – SC. Braga: Golo de Banza anulado por fora de jogo:
VAR – Fábio, daqui VAR, recomendo-te que venhas à zona de revisão para analisar um fora de jogo por interferência.
Árbitro – Onde?
VAR – Na fase de ataque. Vou mostrar-te a jogada.
Árbitro – Bora.
VAR – O jogador está fora de jogo interfere aqui com o…
Árbitro – Com o Aderllan, já vi.
VAR – Ele impede o Aderllan de disputar a bola…
Árbitro – Há contacto físico.
VAR – Fábio, vais ter de comunicar.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“O VAR detetou este posicionamento de fora de jogo, mas requer aqui interpretação. Se aquele jogador joga a bola não é uma questão de interpretação, mas aqui não. Temos de explicar o quê que é o impacto. A lei fala até em claro impacto. Eu, enquanto jogador, tenho de fazer uma ação que impeça o adversário de jogar a bola. Não há um claro impacto que justifique. Chamar e haver uma intervenção… não concordamos com esta intervenção e achamos que não devia ter acontecido.”
QUINTO LANCE:
Benfica – Chaves: Penálti de Júnior sobre Alexander Bah?
VAR – Hélder, recomendo revisão para pontapé de penálti.
Árbitro – Não percebi, Luís.
VAR – Recomendo revisão para pontapé de penálti.
Árbitro – Ora diz lá, Luís.
VAR – O jogador número 40, com o cotovelo, atinge o adversário. Vê lá.
Árbitro – Ele toca com o braço, mas o facto de o defesa jogar a bola de cabeça. Quem salta para cima de quem?
VAR – Há concurso de movimentos.
Árbitro – Vamos marcar penálti. Qual é o número do jogador?
VAR – 40.
Árbitro – Ok. Negligente.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“É uma ação ilegal. O próprio árbitro diz que viu isso. Mas na dúvida não marca penálti. Mas ao ser confrontado com estas imagens, em que se vê que o defensor atinge o atacante. Muito bem a revisão, muito bem o árbitro e muito bem na escolha as câmaras. O árbitro muito bem ao mostrar o cartão amarelo ao defensor. A decisão final foi correta.”
SEXTO LANCE:
Portimonense – SC. Braga: Pisadela quer deu em penálti
VAR – Cláudio, aconselho que venhas à zona de revisão para checkar um penálti. Peço-te só para ver a fase de ataque.
Árbitro – Ok, ok.
VAR – Cláudio, vou-te mostrar a imagem parada.
Árbitro – Dá-lhe. Já vi que ele o pisa. Sim, ele é o número 5.
VAR – Sim, deixa-me só mostrar-te agora por trás.
Árbitro – Sim, sim, sim.
VAR – Queres ver em velocidade de corrida?
Árbitro – Não, não é preciso. Diz-me só uma coisa: sem cartão, não é?
VAR – Para mim, sem cartão.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“VAR conseguiu provar o que queria provar, o pisão. Não é o defensor que provoca aquilo, mas o atacante do Portimonense é que coloca o pé à frente do seu adversário. A opinião do CA é que este não é um lance claro e óbvio e gostaríamos de não ter visto aqui uma intervenção do VAR.”
SÉTIMO LANCE:
Portimonense – SC. Braga: Mão e possível penálti:
VAR – Cláudio, consegues ir à zona de revisão para checkar um possível penálti?
Árbitro – Ok.
VAR – Vou-te ampliar a imagem para ver se consegues perceber.
Árbitro – Ok.
VAR – O momento é este. O braço está levantado e bate-lhe ali no cotovelo.
Árbitro – Sim.
VAR – Ok. As outras câmaras não dá para ver. Posso tentar correr aqui, mas não consegues perceber. A única onde consegues ver a amplitude e o toque é aqui.
Árbitro – Ele é o 22, certo?
VAR – É o 22.
Árbitro – Vou marcar penálti.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“Foi uma boa escolha de imagens. É um lance difícil. A única pessoa que percebe aquilo é o próprio atacante. Mas depois os factos são claros. O defensor, na tentativa de evitar que a bola passasse, colocou o braço numa posição não natural. Bem o VAR e também o Cláudio, a assinalar bem o penálti.”
OITAVO LANCE:
Estoril-FC Porto: Penálti sobre Francisco Conceição?
VAR – António?
Árbitro – Sim.
VAR – Daqui VAR, sugiro que venhas à zona de revisão para o cancelamento do penálti. Anda para trás. O defesa vai sempre na mesma direção. E o atacante vai e choca com ele. O defesa não faz nada para derrubar o atacante.
Árbitro – Então o gajo não o derruba, Tiago? Olha aqui nas costas.
VAR – António, a decisão é tua.
Árbitro – Sim, sim. Tens outro ângulo? Vamos ver outro ângulo. Outra vez. Isso.
VAR – Se reparares nas pernas, até é o atacante que choca…
Árbitro – A perna esquerda…
VAR – O atacante é que toca..
Árbitro – Ok, ok.
VAR – E não há braço. Não há nenhum agarrão.
Árbitro – Esta é boa. Não há infração, nem simulação. Vai ser bola ao solo.
VAR – Vou mostrar-te outra vez os curtos para tu veres como é o atacante que choca.
Árbitro – Certo, o 22 não comete infração.
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF:
“O lance é complexo. O VAR é para erros claros e óbvios. Este não nos parece um erro claro e óbvio. Achamos que a intervenção do VAR foi excessiva. A junção dos dois contactos suporta uma decisão tomada em campo. O VAR deveria ter visto isto nesta perspetiva. A melhor decisão seria não marcar penálti. Mas a partir do momento em que assinala penálti, tem de haver elementos que suportem essa decisão. Factos são muito ténues para haver uma intervenção do VAR.”