Luís Filipe Borges diz ser a época mais miserável do Benfica em 46 anos
Luís Filipe Borges, conhecido adepto do Benfica, fez um resumo da época do Benfica, após a derrota do Benfica frente ao Famalicão que deu o título ao Sporting. Em declarações ao jornal Record, o humorista foi bastante duro nas suas declarações.
“Acho que este é o final óbvio para a época mais miserável que eu recordo nos meus 46 anos de vida. É pior do que acabar em 6.º lugar e explico porquê. Com o dinheiro gasto e as expetativas criadas, com as diversas oportunidades que existiram de mudar o rumo desta época, de tentar emendar a mão, quer a nível dos jogadores no mercado de inverno para colmatar as carências que eram evidentes, num plantel mal planeado, quer mesmo a nível, obviamente, do treinador. Destaco a humilhação no Dragão: Roger Schmidt não podia ter dado treino no dia seguinte. Com todos estes fatores juntos, só podia acabar assim”, começou por dizer.
“Acho que é vergonha final. É não haver sequer brio para ir adiando a festa do Sporting, que conquista este título com todo o mérito. Mas nem sequer houve brio. Com um guarda-redes bastante caro a enterrar pela enésima vez, o que também me parece ‘karma’, tendo em conta a forma como o Roger Schmidt tratou Odysseas no início da época. E, atenção, não estou a dizer que o Odysseas é melhor do que este. Se calhar não é, mas aquilo não era maneira de tratar um jogador. Mas o ‘karma’ nestas coisas não falha. Portanto, tivemos um guarda-redes de 10 ou 12 milhões a falhar sucessivamente em momentos decisivos e a contribuir para que o título fosse entregue ao Sporting no sofá”, continuou.
“Também é a época mais vergonhosa que me lembro, porque estamos a falar de um clube que não só não tem treinador, como não tem comunicação, aliás já não tem há muito tempo. E, hoje em dia, dá-me a ideia que nem sequer tem presidente… O Benfica há dias esqueceu-se até de que era o aniversário da segunda Taça dos Campeões que conquistou e as redes sociais do clube passaram completamente ao lado disso. É um clube à deriva, muito preocupado certamente com as magníficas parcerias comerciais que aparenta ter, mas onde a mística está em níveis profundamente preocupantes. Acho que temos o que merecemos. Quem votou neste presidente, quem defendeu este treinador apesar dos últimos 8, 9, 10 meses terem sido absolutamente penosos… chegámos a um ponto onde merecemos estar”, disse ainda.
“Acho muito importante dizer, e já escrevi sobre isto há algumas semanas, que quando o Benfica perde em Alvalade um jogo que tinha absolutamente de ganhar, de um lado tínhamos um treinador, no caso Rúben Amorim, que faz 5 alterações em 3 momentos diferentes a partir do banco; do outro tínhamos um treinador que, aos 88 minutos, estava a dar instruções a um ‘playmaker’, no caso o Kökçü. Depois, mais uma vez o ‘karma’ faz o que faz e o Catamo marcou aquele golaço. Portanto, o treinador que quis ganhar o jogo procurou essa sorte e ganhou; e aquele que não podia, de maneira nenhuma, perder nem empatar nunca soube procurar a sorte e nunca soube arriscar. É um treinador absolutamente incapaz de mudar a partir do banco e ainda hoje (ontem) vimos isso. Faz 3 alterações ao intervalo, o que para ele até é uma raridade, mas mesmo assim continua a jogar com 10, porque mantém João Mário em campo. E as alterações que faz é a troca de um avançado por outro, um extremo por outro, um médio por outro. Zero capacidade de inovar”, concluiu.