Claques de vários clubes vão fazer boicote à Taça da Liga
As claques dos clubes que vão disputar a Taça da Liga desta temporada anunciaram, esta terça-feira, que vão boicotar a competição. Em comunicado conjunto, criticam a decisão de realizar jogos no estrangeiro, acusando a Liga e o seu presidente de desrespeitarem os adeptos ao priorizar ganhos financeiros em detrimento da verdadeira essência do futebol.
A edição deste ano da Taça da Liga será disputada em formato de eliminatórias, com os quartos de final a serem jogados no final de outubro, e a final four agendada para 7 a 11 de janeiro.
Comunicado na íntegra:
“No dia 5 de maio do ano transato, foi aprovado pela direção da Liga de Clubes o novo formato para a Taça da Liga, que prevê que a competição seja apenas disputada por oito clubes, os seis primeiros da Liga e os dois primeiros da Liga 2 da época anterior. Paralelamente, os responsáveis deste organismo anunciaram publicamente a intenção de “exportar” a final four da competição para solo estrangeiro. Podemos afirmar também que isso só não acontecerá já esta temporada porque ninguém mostrou interesse ou acenou com o dinheiro suficiente para receber estes jogos no seu território.
A direção da Liga, e em particular o seu presidente, demonstram assim que toda a retórica em torno da relevância do papel do adepto no futebol não passa disso mesmo: retórica e marketing bacoco com a finalidade de ludibriar os mais desatentos. Realizar jogos de uma competição nacional em solo estrangeiro, com a única intenção de encaixar mais uns milhões, é um flagrante desrespeito por todos aqueles que vivem o futebol e os seus clubes de forma leal e apaixonada.
Foi perante este cenário dantesco que um conjunto de grupos Ultras afetos a equipas que vão disputar a competição se uniu, colocando divergências e rivalidades de parte, para lutar por uma causa comum, um futebol que respeite aqueles que fazem dele o desporto mais popular e vibrante do mundo, os adeptos!
Esta decisão é demonstrativa que germina entre os Ultras portugueses e a consciência de que é hora de unir esforços e cerrar fileiras, para que juntos façamos ouvir a nossa voz, não só contra o novo modelo da Taça da Liga, mas contra todos os ataques à liberdade e a dignidade de que os integrantes deste movimento e dos grupos organizadores têm sido alvo.”