David Neres não está a ter a estreia esperada no Nápoles, após trocar o Benfica pelo clube italiano no último verão por €28 milhões (mais €2 milhões em variáveis). Na derrota frente à Lazio (0-1), o extremo brasileiro de 27 anos voltou a ser suplente utilizado, entrando aos 74 minutos, um cenário recorrente na sua primeira metade de época em Itália.

Queda no tempo de utilização

Desde que chegou ao futebol europeu, em 2016, Neres nunca teve uma média de utilização tão baixa. Atualmente, contabiliza apenas 27,4 minutos por jogo, quase metade dos 52,34 minutos que tinha no Benfica na temporada passada. Em comparação, a sua média europeia desde 2016 era de 51,6 minutos por partida.

No Nápoles, participou em 15 jogos (13 na Serie A e dois na Taça de Itália), sendo titular apenas uma vez no campeonato. Ao todo, soma 310 minutos, com 3 assistências e 1 golo marcados, um início aquém das expectativas, condicionado pela forte concorrência de Matteo Politano e Kvaratskhelia.

Um início promissor

Apesar do cenário atual, Neres começou bem em Itália, registando assistências nos três primeiros jogos (Bolonha, Parma e Cagliari) e marcando o seu primeiro golo na goleada por 5-0 frente ao Palermo, em setembro. Voltou a marcar em outubro, contra o Como (3-1), recebendo elogios de Antonio Conte: “Neres está a reencontrar-se depois de algumas épocas difíceis.”

Adaptação marcada por dificuldades

A sua passagem por Nápoles foi ainda manchada por um assalto, duas semanas após a sua chegada. Um relógio avaliado em €100 mil foi-lhe roubado, levando o empresário Maurizio Marinella a enviar-lhe um novo relógio e uma carta: “Queria explicar-lhe que Nápoles não é isto. Nápoles é feita de calor, de emoção, cultura e, sobretudo, de hospitalidade.”

Neres deixou o Benfica devido à falta de espaço após a chegada de Ángel Di María, mas, no Nápoles, continua a lutar por um papel mais relevante. A temporada está longe de corresponder às expectativas de quem se transferiu por um valor elevado e com ambições renovadas.