Ricardo Quaresma, conhecido pela sua personalidade forte e origem humilde, recordou os desafios que enfrentou no futebol e destacou o prazer de jogar em ambientes adversos, como no Estádio da Luz. O antigo internacional português, em declarações marcantes, relembrou a forma como usava as adversidades como motivação.

Ambientes hostis como inspiração

“Vindo do bairro, a rua ensina-te muita coisa. Podes não ter muitos estudos, mas se tiveres a escola da vida, vais sobreviver. Gostava de jogos com ambientes difíceis. Dava-me prazer ir ao Estádio da Luz ser insultado do início ao fim. Era insultado porque sentia que tinham medo de mim, e isso entusiasmava-me”, afirmou Quaresma, ao recordar os clássicos contra o Benfica enquanto jogador do FC Porto.

Racismo e superação

Sobre os insultos racistas, Quaresma disse que nunca se deixou abalar. “Chamavam-me cigano? Sou cigano. Chamavam-me preto? A minha mãe é africana. Isso nunca me fez parar. Eu pensava: ‘Deem-me a bola que vou calá-los.’ Era isso que me movia. Adorava marcar na Luz e ver aquela águia”, brincou, reafirmando a sua capacidade de transformar críticas em força.

Rivalidade e respeito

Apesar da rivalidade, Quaresma garantiu que sempre foi bem tratado pelos adeptos rivais fora dos estádios. “Dentro do estádio é normal haver rivalidade, mas um jogador não pode ligar ao que está lá fora”, concluiu.