André Villas-Boas deixou ameaça a Pinto da Costa “tem 8 dias…”
André Villas-Boas deu um prazo de oito dias a Pinto da Costa para responder a uma carta na qual levantou questões sobre decisões em curso no clube. Caso contrário, ele convocará os acionistas e enviará a comunicação diretamente para a CMVM e FC Porto SAD.
“O FC Porto já está a ser vendido, vocês é que ainda não viram. Naturalmente, para vender parte da SAD haveria de lançar tema à Assembleia Geral. O que esta direção fez foi vender 30 por cento da Porto Comercial. Receitas comerciais são de 40 a 50 M€. Desvaloriza valor global do FC Porto, porque 30 por cento das receitas já estão isoladas para outro lado. Isto são maus sinais e sinais para os quais olhamos com preocupação, pelo que a semana passada decidi, eu, como sócio, acionista e candidato, endereçar uma carta à direção do FC Porto relativamente a questões que estão a ser tomadas sobre o FC Porto. O presidente terá oito dias para o responder, senão irei reunir acionistas e aí a comunicação será direta e institucional com a CMVM e a FC Porto SAD, obrigando a direito de resposta”, começou por dizer.
“Os sócios estão a passar ao lado da conversa. Vender o FC Porto não é o caminho. O caminho é perceber a vantagem competitiva que tem enquanto clube de associados. Temos valores, temos cultura, temos história e legado. Um clube de um proprietário não tem este valor, esta cultura. O Inter Milão foi de um tailandês, depois foi para um americano. Exemplo: depois passa para um russo, para um fundo árabe e em 10 anos podemos ter um clube com quatro proprietários diferentes. Estão lá, querem dinheiro, obtêm retorno e o clube segue com outros. Não ligam ao projeto desportivo. Querem vertente financeira. Clubes de associados, por falta de governança de anos anteriores, estão em situação limite e todos estão a recorrer a apoios da banca internacional para reestruturar dívida e reformatarem o projeto desportivo. Está a acontecer com o Real Madrid, o Barcelona, que recentmente fez levantamento de 1 bilião de euros para se reestruturar financeiramente. Está a acontecer com o Sporting, se bem com o perdão que ajudou bastante, vai acontecer com o Benfica e tem de acontecer com o FC Porto. O José Pedro [Pereira da Costa] tem experiência vasta nos mercados. Nas reuniões que temos tido com a banca internacional, o FC Porto ainda não se tinha sentado com a mesma. Um, ou não as procurou, ou dois, a banca internacional, pela governança, não estava interessada. Há muitos fundos e banca a ajudar clubes em momentos como o do FC Porto. Ninguém quer ajudar, na banca dos fundos, quando os interesses são outros e estão ligados às comissões. Além de que depois há o projeto desportivo que coloca tudo em causa, porque há um esbanjar de dinheiro permanente. Temos sido bem recebidos, iremos continuar nestes contactos exploratórios, estamos confiantes de que não é assim tão difícil. O que parece difícil é ser ético, transparente, criterioso e não fazer o FC Porto refém de outros interesses”, concluiu.