As declarações de Rui Costa com várias justificações sobre o áudio de Bruno Lage
Rui Costa, presidente do Benfica, manteve a promessa de prestar declarações após o jogo contra a Juventus. No final da partida, abordou o polémico áudio de Bruno Lage, reconhecendo que a situação “não é boa para o clube” e que é fundamental evitar este tipo de controvérsias.
“Antes de mais, agradecer aos adeptos que aqui estiveram e que acreditaram que passaríamos esta fase. Pela importância que tiveram no jogo. É evidente que este jogo marcava muito um dos objetivos da época, passar esta fase da Champions e estar no playoff. Infelizmente foi na última jornada, mas fizemo-lo com todo o mérito. Pena alguns pontos que perdemos em casa, estaríamos numa posição mais confortável e, quiçá, nos oito primeiros”, começou por dizer.
Adeptos na garagem:
“Não vou estar aqui a esconder. Foi uma semana difícil, quando o Benfica perde é uma semana difícil. Passou-se esta história do áudio, que Bruno Lage já explicou. O parque do Estádio da Luz está aberto e estavam ali adeptos. Acabou por ser uma conversa que depois foi gravada, tal como já houve muitas no passado. Não será uma situação nova, conversas tranquilas com adeptos. O facto de ter sido naquele tom de voz, não significa que tenha sido algo violento. Saíram todos com otimismo. É um parque aberto, o jogo foi às 18 horas, a equipa chegou numa altura em que o parque estava aberto. Não foi uma situação não autorizada. Correu essa conversa, apareceu um áudio, se não tivesse aparecido nem se sabia o conteúdo. Foi feita depois de uma derrota, onde há adeptos desiludidos, um treinador mais chateado, e que causou todo este embaraço. Mas como foi prometido, não teria implicações naquilo que é o relacionamento entre treinador e equipa. A prova foi cabal hoje”.
Episódio não foi bom para o clube:
“É a primeira vez que isto acontece no Benfica ou noutros clubes? É um coisa tão anormal quanto isso? O presidente vai, os jogadores vão, o treinador vai. Até pela estrada há estas conversas…”.
Jogadores e as críticas:
“Já recebi muitas… Acham que se houvesse esse atrito, a equipa teria dado a resposta que hoje deu? Se houvesse essa polémica? Se isto foi uma coisa que beneficiou o Benfica ou o ambiente? Já disse que não. Mas temos de saber ultrapassar e responder em campo. E foi isso que aconteceu hoje”.
Benfica ainda está na disputa de tudo:
“Sei o grau de exigência que é trabalhar neste clube. Parece-me muito estranho que o Benfica tem um episódio menos positivo ou perde um ponto, que tenha de se demitir o treinador, o presidente. Daqui a bocado tem de se demitir o roupeiro… Deixe-me lembrar uma coisa. O Benfica perdeu 9 pontos nas últimas jornadas, mas entra esta temporada para disputar cinco competições. E é bom que os benfiquistas percebam isso. Uma delas ainda não começou, o Mundial de Clubes. E é preciso recordar que lá estamos com todo o mérito. Das competições portuguesas que terminaram, ganhou a que podia ganhar. Está a seis pontos do primeiro lugar. Tem sido um campeonato irregular da nossa parte e, curiosamente, de todas as equipas. O Benfica ainda não perdeu nada do que ainda pode disputar e já ganhou o que podia ganhar. Se está tudo bem? Não, hoje podíamos estar no 1.º lugar. Mas já perdeu o campeonato? Não, e vai lutar por ele até ao fim. É um ano muito diferente. Mais jogos na Liga dos Campeões… Que os benfiquistas entendam que isto não serve de desculpa. O grau de exigência é sempre muito grande. Mas lembrar que nestes 30 dias, o Benfica disputa nove jogos. É difícil manter a regularidade com tantos jogos, sem se poder treinar, com cansaço físico e mental. É desculpa? Não, até porque começámos mal o campeonato. Mas não me lembro de um campeonato onde os três grandes já tenham trocado de treinador a meio. Nunca aconteceu? Mostra que não é uma realidade nos clubes europeus. Dito isto, não serve de desculpa e sou o primeiro a dizer que não está tudo bem. Assim como não estaria se estivéssemos seis pontos na frente”.
Bruno Lage até ao fim da época e interação entre o treinador e os adeptos:
“A única coisa que o Benfica podia ter ganho até ao momento, ganhou. Se ajudou ao ambiente? Não. Se saímos de um estádio e não falamos com os adeptos – e eu compreendo os adeptos, estão revoltados como nós -, é porque nos escondemos. Se alguém o faz, é porque não deveria ter feito. O episódio foi bonito? Não. Não vai influenciar os trabalhos da equipa, os objetivos. Esse é o ponto fundamental. Pese embora haja muita gente a querer que isso aconteça, isso não vai influenciar o rendimento”.
Mercado de transferências:
“Vai haver acertos no plantel. Vamos procurar acertar aquilo que podemos acertar no mercado, que é também diferente dos outros anos. Tem Champions pelo meio. Estou a falar de um acerto para dar resposta à época. Manu já chegou e pode, até segunda-feira, entrar e sair alguém. Vamos ver o que vem. Não vou adiantar porque estamos com propostas em mão, a trabalhar nesses dossiês”.
Reforço da segurança no Estádio da Luz:
“Agradeço essa pergunta. Acha que o Benfica não tem segurança no estádio? Acha que se fosse uma conversa agressiva ou que metesse os jogadores e treinador em perigo, que se tinha dado naquela área?”.
Conhecimento e presença no áudio:
“Quando tudo se deu, depois. Não sabia do áudio, não estava presente. Os jogadores estavam presentes, não sabiam era que havia áudio…”.
Eleições:
“A minha relação com Bruno Lage é horrível [em tom irónico]. Percebo que haja muita gente a falar de conflitos. Em relação às eleições, estou focadíssimo na época desportiva do Benfica. Não posso pedir às equipas que trabalham comigo para estarem focadas nas eleições. Não vou estar a pensar nisso. Há muita gente já a focar nisso. Acho que não é o timing. O Benfica, neste momento, só pensa em fazer o melhor possível para que esta época não termine apenas com o troféu da Taça da Liga”.
Promessas aos adeptos:
“Máxima confiança. É verdade que há muita gente a tentar fazer de tudo para que o Benfica não chegue lá, mas o Benfica sabe o que está a fazer. Cada vez que o Benfica perde um ponto… Não é preciso ir muito longe. Há muita gente a querer desestabilizar. E aqui dentro não o vão conseguir fazer. Estamos em quatro competições, uma já acabou e ganhámos. A nível nacional temos mais duas e queremos ganhar. As promessas são de confiança, como ainda hoje foi aqui”.
Falta de consistência:
“Já expliquei essa parte. É um ano em que não temos sido regulares. Se estou contente e está tudo bem? Claro que não. Não estamos em 1.º lugar e logo aí não está tudo bem. É preciso maior consistência? É sim senhor. É um ano difícil para todas as equipas pelo número de jogos exagerado. Vamos fazer de tudo para sermos melhores do que os outros”.
O que a equipa leva de Turim:
“É mais uma demonstração que esta equipa tem muita força, qualidade e que pode fazer um ano muito bom. Temos muitas competições para jogar, estamos empenhados e vamos lutar por todas. Máxima confiança no trabalho desta equipa e tenho a certeza que os adeptos vão ser peça fundamental para chegarmos lá”.