Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, deu uma extensa entrevista à CMTV e fez várias declarações polémicas. Fica algumas das comentadas:

Crise no Benfica:

“Ao vir aqui hoje, não é lavar o quer que seja. É falar para os benfiquistas. Já que me fecharam a porta do Benfica, tenho que ter um local para falar. Era proibido falar do meu nome no Benfica. Depois do célebre discurso, nem uma palavra me deu”, começou por dizer, continuando: “Eu sou benfiquista, não tenho que lavar roupa suja. O presidente do Benfica, eleito pelos sócios do Benfica, tem que estar sujeito à crítica. Estou aqui para falar para os benfiquistas e dizer verdades. Se estas situações continuarem o Benfica pode ter um problema grave. O Benfica está crise, desportiva e financeira. Principalmente desde que o Domingos Soares de Oliveira saiu.”

Relação entre Rui Pedro Braz e Rui Costa:

“Hoje já se viu que o Rui Costa não é lider. É natural que não exista capacidade de liderança. A experiência empresarial leva a isso. Ele se quer continuar a liderar o Benfica tem de mudar de posição dentro do Benfica. Não pode permitir que o tratem por Rui. Nunca me permiti que me tratassem por tu. Nunca chamei um diretor desportivo por mano. Sei quem ouviu isso. Ele é presidente da maior instituição do país não pode permitir que o tratem por Rui e não pode tratar pessoas, mais ligadas a ele, por mano aqui ou mano ali. Nomeadamente o Rui Pedro Braz. Foi um erro contratar Rui Pedro Braz? As pessoas podem enganar-se. Se eu estivesse no Benfica, ele não tinha a liberdade que tem, nem passava tanto tempo nos aeroportos e aviões. Coloquei-o lá dentro e passados poucos dias vendeu um jogador sem minha autorização. Avisei-o que se o fizesse de novo que tinha as malas feitas.”

Presidentes de duas empresas pensam em avançar para a presidência do Benfica:

“Vieram dois presidentes de duas grandes empresas falar comigo. Perguntaram-me se eu ia ser candidato. Eu disse que não e ele disse para o apoiar, que não poderia perder os meus 20 anos de experiência do Benfica. Se eu disser os nomes, as pessoas… foi o que falei do Dr. Stock da Cunha.”

Arraso a Nuno Costa:

“Eu ganhei 6 eleições do Benfica. Demos credibilidade ao Benfica. Quem é o Nuno Costa para me faltar ao respeito? Quem é o presidente do Benfica para dizer para não falarem no meu nome? Falta de caráter. O Rui Costa tem que aprender com as verdades. Quando disse que ele trabalhava pouco… é verdade que trabalhava pouco. Era para crescer. Ninguém está acima do Benfica. Eu andei sempre debaixo da bandeira do Benfica. Sei de pessoas que foram à comemoração do estádio e só viam as botas do Rui Costa, coisas do Rui Costa…”

Se fosse a eleições ganhava facilmente:

“Ganhava, não tenho dúvidas nenhumas. Quem tem a obra feita? Quem ganhou os títulos que tenho? Quem recuperou o Benfica da falência? Quem profissionalizou? Por amor de Deus… quando conheci o Domingos disse que que tinha a quarta classe e que não sabia falar inglês, mas que sabia perfeitamente o que queria para o Benfica. Quando ele disse que era sportinguista eu disse que não havia problema, queria era competência.”

Almoços com Pinto da Costa:

“Existe muita rivalidade no futebol. Tentei colaborar. Ultimamente andavamos com uma ideia de fazer algo diferente e tinha que falar com Pinto da Costa. Falei com ele e com os advogados. Depois passámos para a uma segunda fase. Quando as pessoas caem não devemos hostilizar. Com um homem que tem 86 anos, gravemente doente… tenho almoçado algumas vezes com ele. Em termos de negócios ele cumpriu sempre. Isto é um negócio em que temos que colaborar”

Gyökeres no Benfica:

“Eu nunca tive enxovalho nenhum na rua. Quem criou este vazio? Foi ao tentarem esconderem-me e marginalizarem-me. Estão a ser penalizados seriamente. Quando o Jesus voltou ao Benfica, ele queria o Cabreras. Tinha um relatório do Cabreras a dizer que não aconselhavam a comprar. O Jorge foi ver e não houve problema nenhum. Se lhe disser que o Jurásek tem no relatório ‘não comprar’ e alguém disse que tinha que dar este jogador ao treinador. Quem disse foi o presidente, acompanhado pelo Rui Pedro Braz. O Gyökeres estava identificado e disseram ‘nem pensar comprar um jogador da segunda divisão’. Preferiram comprar o Schjelderup e o Tengstedt. Gastaram 30 M€ nisto, mais caro do que o Gyökeres.”

Atender um telefonema de Rui Costa:

“Eu não comprava um jogador sem falar com o Luís Campos. Um homem da minha confiança. O continuar a errar não pode acontecer. O que aconteceu com o Cabreras devia acontecer agora. Era fazer igual, não custa nada. O problema é tomar decisões e isso não é para qualquer pessoa. Nunca tive problema com aquilo que os outros pensavam. Tem que aprender que só assim é que ele cresce. Se ele não me tivesse fechado a porta já tinha ido falar com ele. Houve uma pessoa que me disse para falar com o Rui Costa e eu disse ‘ele é que tem que falar comigo’. Quem perdeu foi o Benfica. Se ele me ligasse? Logicamente que atendia. Disse há pouco que o Benfica iria ser penalizado sobre os direitos de transmissão se não falassem comigo. Eu é que sei como negociei aquilo. No negócio que fizeram connosco faltaram à palavra. Tinha que ter uma diferença para o FC Porto e Sporting e não chegou a haver”