Comissões superiores ao indicado pela FIFA e contas em paraísos fiscais, auditoria do Benfica causa enorme polémica
Segundo o relatório da auditoria forense da Ernst & Young, foram identificadas comissões pagas pelo Benfica que excederam as percentagens recomendadas pela FIFA. No entanto, não foram encontradas evidências de “práticas inadequadas”. Além disso, foram descobertos negócios realizados com entidades localizadas em paraísos fiscais.
“No que respeita às Comissões identificámos 71% de casos, entre negociações e renegociações de contratos de trabalho desportivo, onde os agentes envolvidos receberam comissões superiores a 3% da remuneração bruta (os Guidelines da FIFA sugerem que a Comissão não deverá ser superior a 3 % da remuneração bruta). E identificámos 44% de casos onde os Agentes envolvidos receberam Comissões superiores a 10% do valor da transferência (os Guidelines da FIFA sugerem que a Comissão não deverá ser superior a 10% do valor da transferência)”, pode ler-se.
A Ernst & Young destacou que o pagamento de comissões acima das diretrizes da FIFA não indica automaticamente uma prática inadequada. Afirmaram também que, segundo informações obtidas, é comum no mercado desportivo pagar comissões mais altas a agentes quando não há movimento financeiro direto envolvido na transferência de jogadores.
Os auditores descobriram várias irregularidades durante as investigações às entidades usadas como veículos para operações pelo Benfica. Identificaram 15 casos onde não conseguiram determinar a estrutura acionista completa ou os beneficiários finais dessas entidades. Além disso, encontraram 10 situações em que as entidades com as quais o Benfica SAD negociou estão sediadas em paraísos fiscais, e em mais 10 casos, os agentes ou intermediários envolvidos nos negócios dos jogadores apresentam conflitos de interesses com os próprios jogadores.