Eis o que diz o estudo sobre o Benfica pedido por Marco Galinha
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Um estudo conduzido por João Duarte, professor da Nova SBE, alerta para o risco de incumprimento financeiro do Benfica face às regras da UEFA. Estas normas estabelecem que salários, transferências e taxas de empresários não podem ultrapassar 70% das receitas dos clubes. De acordo com os cenários analisados, as águias poderiam entrar em incumprimento já no final da época 2025/26 caso não se qualifiquem para a Liga dos Campeões, ou em 2026/27 num cenário mais otimista.
O estudo, apresentado numa sessão pública em Lisboa e que contou com a presença de Marco Galinha, possível candidato à presidência do clube, revelou que o Benfica acumulou um prejuízo líquido de 80 milhões de euros nos últimos quatro anos. Além disso, o passivo do clube aumentou significativamente sob a liderança de Rui Costa, aproximando-se dos 500 milhões de euros. Para cobrir as perdas, a dívida líquida subiu em 100 milhões de euros no mesmo período.
Uma das principais preocupações é o crescimento das despesas operacionais, especialmente em gastos com pessoal, que passaram de 77 para 113 milhões de euros anuais. Os custos com fornecimentos e serviços externos também aumentaram, atingindo os 79 milhões de euros por ano. Outro ponto crítico é a baixa margem de lucro nas transferências de jogadores. Nos últimos três anos, o Benfica recebeu apenas 10 milhões de euros líquidos de um total esperado de 65 milhões anuais, muito inferior às margens dos rivais FC Porto e Sporting.
O estudo aponta para a necessidade de mudanças na gestão do clube para evitar um cenário financeiro insustentável. A baixa receita líquida das transferências é explicada por custos de intermediação, mecanismos de solidariedade, compromissos com terceiros e a posse parcial de passes de jogadores, como ocorreu no caso de Enzo Fernández.