Existem casos na Justiça tão absurdos que só se acredita neles quando se lêem as decisões dos tribunais. Ou talvez não! Porque, afinal, há pessoas que conseguem ludibriar grosseiramente o sistema por anos a fio. Um desses casos foi resolvido há três semanas num recurso extraordinário para o Supremo Tribunal de Justiça. Um segurança no casamento do antigo jogador de futebol Luís Figo, em 2001, foi condenado a um ano de prisão, com pena suspensa, por ter roubado o rolo de filme de uma máquina fotográfica de um fotógrafo que tentava fotografar secretamente no interior da Casa do Castelo, em Albufeira.

No entanto, este segurança, que media 1,84 m de altura, usou uma identidade falsa que manteve durante todo o processo, até que o verdadeiro Carlos A., com 1,72 m de altura, pintor da construção civil e não segurança, regressou a Portugal em março de 2021 e foi notificado da condenação de 2007 num caso onde nunca foi chamado, prestou depoimento ou soube da sua implicação.