O ‘walking football’, conhecido em português como futebol a andar, é uma modalidade desportiva adaptada que surgiu para atender ao público mais velho, incentivando a prática física, o convívio social e a integração de pessoas acima dos 50 anos. Em Portugal, a modalidade começou a ganhar forma há cerca de quatro anos, por iniciativa da Federação Portuguesa de Futebol, e conta hoje com jogadores de várias idades e origens.

No caso do Portimonense, o projeto foi iniciado há poucos meses e já conta com uma equipa de 24 jogadores federados, entre homens e mulheres, com idades que variam dos 53 aos 77 anos. A equipa, que treina duas vezes por semana, não é competitiva, mas oferece aos seus participantes uma experiência de atividade física leve, saudável e cheia de convívio. “Isto é o que se vê, estamos aqui todos felizes, é uma família. Já somos uma equipa internacional, no sentido da palavra”, disse Hélder Correia, jogador e vice-presidente do clube, que se junta ao grupo para combater o sedentarismo e criar um ambiente de socialização.

O treinador da equipa, João Tristão, destaca o espírito competitivo dos participantes, que, apesar de terem limitações físicas, demonstram entusiasmo e vontade de replicar movimentos vistos em jogos profissionais. “Embora isto seja com cariz lúdico, a maior dificuldade às vezes é meter-lhes esse travãozinho para eles se acalmarem”, brincou o técnico.

O jogo, com regras específicas como a proibição de correr e o limite de três toques consecutivos na bola, é disputado em um campo menor (40×20 metros) e visa proteger os jogadores de possíveis lesões. Apesar de os praticantes ainda enfrentarem desafios para se adaptarem à dinâmica de andar o tempo todo, a modalidade continua a crescer, atraindo novos adeptos e espalhando-se por outras regiões.

De acordo com dados de 2021, a população portuguesa tem envelhecido significativamente, com quase 180 idosos para cada 100 jovens. Esse contexto demográfico contribui para a popularidade crescente do ‘walking football’, que já conta com mais de 1.300 jogadores inscritos na Federação Portuguesa de Futebol, incluindo um participante de 93 anos. A modalidade não apenas promove um estilo de vida mais ativo, como também combate o isolamento, melhora índices de saúde e oferece um ambiente de interação social para uma população cada vez mais longeva.