Grimaldo arrasa decisões do Leverkusen “não gostei”
Depois de sete temporadas e meia a jogar pelo Benfica, Grimaldo fez sua despedida numa entrevista para a Benfica TV, deixando para trás um total de 303 partidas oficiais, 27 golos marcados e conquistando nove títulos (incluindo 4 Campeonatos Nacionais, 3 Supertaças, 1 Taça de Portugal e 1 Taça da Liga).
Timing’ do anúncio da saída
«Isso foi algo que não me agradou. Não sabia que se ia passar assim. Tinha assinado e estava no meu direito, e penso que o podia fazer, mas não entendi como as coisas vieram a público, da forma como aconteceu. Falei com o mister e disse-lhe que não percebia porque isto tudo tinha acontecido. Percebo que as pessoas se zangassem naquela altura, que se zangassem comigo, mas, quanto a este tema, eu não sabia o que se ia passar. Estava aqui a 100%, desde o primeiro dia do ano. Desde o dia 1 de janeiro que podia assinar por outro clube. Dei tudo por este clube até ao fim, até ao último dia. Apesar de poder acontecer alguma coisa, uma lesão que me deixaria sem contrato na próxima época. Dei a vida pelo Benfica, porque foi assim que o senti. Também o clube deu tudo por mim e merecia que eu desse tudo pelo clube. O mister, desde o primeiro dia que me disse que confiava em mim, que, se eu desse tudo, estaria comigo até ao final. E assim foi. Penso que no fim de contas, entre mim, o presidente e o mister houve uma relação bonita, apesar da minha saída. Aos adeptos quero dizer que não sabia que estas coisas se iam tornar públicas, e que, apesar disso, todos viram que dei tudo pelo clube, e que até ao último dia deixei a pele em campo.»
A razão da mudança
“Não foi uma decisão fácil e demorou muito tempo. Gosto muito do presidente e penso que esse carinho é recíproco. No final, quis ir à procura de algo diferente. Estava cá há sete épocas e meia, estava muito feliz, mas queria outros objetivos e um desafio diferente para a minha carreira. Esse foi o ponto de inflexão e, após conversar com a família, decidi que era a altura de mudar.”
Conversas com Rui Costa
“Fui sempre claro com o presidente. Disse-lhe sempre em que é que estava a pensar, que era uma decisão difícil, mas que estava concentrado no campeonato. Desde janeiro que já podia assinar com outra equipa na Europa. Estava a esperar para ver se chegávamos a acordo com o Benfica. Também estava a ver se sentia que queria continuar aqui ou ir à procura de outro desafio. Sempre fui claro com o presidente, disse-lhe que, naquele momento, ia continuar a dar tudo. Não ia assinar por nenhuma outra equipa, continuaria a trabalhar aqui, e no final da época, ou até depois, e quando tomasse uma decisão, lho diria. E assim foi. Acabei por esperar até maio para assinar por outro clube. Tomei essa decisão e comuniquei ao presidente.”
“Sabia que o presidente queria contar comigo, e fico com muita pena, pois tenho muito carinho por ele. Desde o primeiro dia em que aqui cheguei, ele acolheu-me. Foi ele quem falou comigo para vir para cá, foi ele quem tentou que eu viesse. Gosto muito dele. Não, não foi fácil, foi uma decisão difícil, porque são quase oito anos. Não são um ou dois anos. É muito carinho para com o presidente, para com o clube, para com toda a gente. Na verdade, foram passando as semanas, os meses, e continuava sem ter uma resposta em relação ao meu futuro. Não sabia o que fazer, tive de tomar uma decisão até ao final da temporada. E foi esta [assinar pelo Bayer Leverkusen]. Transmiti ao presidente, ao mister. Agradeci-lhes por todos estes anos.”.