O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol revelou detalhes importantes no seu parecer sobre o processo de investigação de suposto aliciamento de jogadores de equipas como Rio Ave, Marítimo e Boavista, antes de jogos contra o Benfica nas temporadas de 2016/17 e 2017/18.

O processo, que foi agora arquivado, destaca um incidente envolvendo Cássio Albuquerque dos Anjos, ex-guarda-redes do Rio Ave, que teria sido contactado por um empresário dias antes de um jogo contra o Benfica na temporada de 2017/18.

Segundo o documento divulgado nesta sexta-feira, o empresário João Carlos Pinheiro Paula é identificado como a pessoa que, três dias antes do referido jogo, telefonou a Cássio. Durante a conversa, após questionar o estado de espírito do jogador e da equipa em relação ao confronto iminente, Pinheiro Paula mencionou um incidente do ano anterior que não teria corrido bem, insinuando uma tentativa de aliciamento por parte de outro empresário, César Boaventura, para influenciar o resultado a favor do Benfica. Cássio, diante da insinuação, terá rejeitado imediatamente a conversa, afirmando que, se o assunto se referia ao jogo com o Benfica, não havia razão para continuar a dialogar.

O parecer esclarece ainda que, embora este incidente possa sugerir uma tentativa de aliciamento por parte de Pinheiro Paula, não é possível vincular essa conduta diretamente à Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, devido à falta de prova de uma ligação direta com o clube neste caso específico. Além disso, o Conselho de Disciplina salientou que, seguindo a mesma linha de decisão em relação a César Boaventura, o Regulamento Disciplinar não permite a aplicação de sanções disciplinares a intermediários, pois estes não são considerados agentes desportivos nos termos regulamentares.

Este desenvolvimento adiciona mais complexidade à intricada rede de alegações e investigações no futebol português, destacando a relação intricada entre intermediários, clubes e jogadores no contexto desportivo nacional.