IBA aumenta a polémica e diz que as pugilistas Khelif e Lin Yu-ting são na verdade… homens
A Associação Internacional de Boxe (IBA) reacendeu a polémica em torno de Imane Khelif e Lin Yu-ting, classificando as duas pugilistas hiperandrógenas como homens, baseando-se em exames de testosterona realizados no passado, apesar de não apresentarem provas concretas na conferência de imprensa em Paris.
O médico Ioannis Filippatos, presente na conferência, referiu que os exames realizados em 2022 tiveram “resultados inconclusivos” e afirmou que não podia garantir se Imane Khelif nasceu mulher ou homem. “Não podemos revelar tudo devido ao sigilo médico. Não posso dizer se ela nasceu mulher. Eu não estava no hospital quando ela nasceu. Precisamos que a pugilista colabore com os laboratórios. Ela é uma lutadora muito boa, mas como médico, preciso de proteger a categoria feminina”, declarou, segundo o jornal The Telegraph.
Usar Kremlev, presidente da IBA, também fez uma declaração polémica: “Não verificamos o que elas têm entre as pernas. Não sabemos se nasceram assim ou se houve alterações. Os segundos testes confirmaram os primeiros testes. Se as pessoas tiverem dúvidas, podem fazer os seus próprios testes. Os testes mostram que elas são homens”.
Em contraste, o Comité Olímpico Internacional (COI) refutou todas as decisões “arbitrárias” da IBA. Mark Adams, porta-voz do COI, defendeu que “Imane Khelif nasceu mulher, está registada como mulher, vive como mulher e luta como mulher”.
Ambas as atletas foram desqualificadas dos últimos Campeonatos do Mundo de Boxe após falharem o exame de género da IBA. No entanto, o COI autorizou a participação das duas pugilistas nos Jogos Olímpicos de Paris, uma decisão que tem gerado divisão na modalidade. Atualmente, as duas lutadoras estão nas meias-finais do torneio de boxe em Paris 2024.