Catarina Madureira, filha do ex-líder dos ‘Super Dragões’ Fernando Madureira, foi filmada pelas câmaras de segurança a vender bilhetes para o jogo FC Porto-Arsenal da Liga dos Campeões. Essa informação surgiu durante as investigações da operação ‘Bilhete Dourado’, que envolve um esquema fraudulento de venda de bilhetes que teria lucrado mais de 1,5 milhões de euros. Mesmo após a ‘Operação Pretoriano’, a família Madureira continuou com o negócio ilegal.

Cinco gerações da família, desde a bisavó até à filha mais velha, estariam envolvidas. Alegadamente, havia um esquema com casas fictícias do FC Porto que solicitavam bilhetes, que acabavam nas mãos dos ‘Super Dragões’. Os pais de Sandra Madureira seriam os facilitadores.

A família Madureira lucrava cerca de 40 mil euros por jogo com a venda de bilhetes. O dinheiro proveniente da venda de bilhetes e produtos de merchandising do FC Porto era levado para uma pastelaria, que supostamente era a sede dos ‘Super Dragões’. A avó de Sandra Madureira era responsável pela venda dos produtos junto ao estádio, enquanto os bilhetes eram vendidos pelos membros da claque. O dinheiro era levado para o estabelecimento e controlado pela família Madureira.

O protocolo entre o FC Porto e os ‘Super Dragões’ previa que o clube fornecesse bilhetes gratuitos para os 4000 sócios da claque. Se multiplicarmos o valor de dois jogos em casa por quatro mil sócios, dá 8000 bilhetes por mês. A um preço médio de 15 euros, isso daria um lucro de 120 mil euros num mês. Além disso, há ainda os jogos fora e os da Liga dos Campeões, onde os preços podem até duplicar. As buscas realizadas resultaram na apreensão de 44.400 euros e 3 mil bilhetes para jogos do FC Porto.

Foram identificadas 13 pessoas, oito homens e cinco mulheres, suspeitas de venda ilegal de bilhetes e abuso de confiança qualificado. A PSP também apreendeu documentos relacionados com os crimes, computadores, telemóveis e uma tocha.