Mark van Bommel, de 46 anos, é atualmente o treinador do Antuérpia e é uma figura conhecida no mundo do futebol. A sua passagem pelo PSV Eindhoven, Barcelona, Bayern e Milan foi marcada pela qualidade, especialmente porque era um médio que nunca fugia de uma luta. Determinado e combativo, foi uma figura proeminente no futebol europeu de clubes por muitos anos, além de ter se destacado na seleção da Holanda.

No entanto, desta vez ele está nas notícias por ter sido vítima de um dos crimes mais bizarros a envolver personalidades ligadas ao desporto. O incidente ocorreu em outubro do ano passado, mas só agora todos os detalhes vieram à tona. Um jovem chamado Mohamet JH começou por colocar um ‘AirTag’, um dispositivo de localização e rastreamento, no veículo do treinador, a fim de monitorar todas as suas viagens.

Num determinado dia, o treinador Mark van Bommel estava dentro do seu Porsche Panamera quando um indivíduo se aproximou dele com uma pistola na mão. Van Bommel rapidamente recuou e fugiu, percebendo posteriormente qual era o plano do criminoso. Como o indivíduo só falava árabe, ele tinha várias gravações de voz no seu telemóvel para mostrar ao treinador, nas quais ameaçava matá-lo, assim como a sua família, caso não o contratasse para o Antuérpia, enfatizando que tinha apenas 17 anos.

“Ouve, Mark, a vida da tua família depende disto. Deixa-me tornar-me jogador profissional. Não vás à polícia, nós vamos matar-te e à tua família. Nós sabemos onde tu vives. Ou me dás contrato ou mato a tua família!”, ouvia-se numa das mensagens.

O criminoso acabou por ser detido e os teste de ADN revelaram que tinha 25 anos e vai agora cumprir 5 anos de prisão. “Este caso de extorsão em busca de um contrato como profissional de futebol pode parecer algo que nunca funcionaria e até estúpido, mas não é bem assim. Ele tinha um plano bem montado e que poderia ter ido mais longe”, disse o advogado de Van Bommel, que agora vive num hotel com a família por ainda estar traumatizado com o que aconteceu.

“O senhor Van Bommel nunca tinha experenciado uma situação deste tipo, onde a devassa da vida privada foi tremenda. De resto, ele já não vive no seu apartamento, porque ficou muito afetado. Vive num hotel e é por esse motivo que exigimos uma indemnização de 5 mil euros por danos morais”, concluiu o advogado.