“O Sporting não é a tasca da esquina. Não entra dinheiro por baixo da porta“
Nuno Correia da Silva, ex-administrador da SAD do Sporting deu está quarta-feira uma grande entrevista ao jornal Record onde entre vários temas abordou a origem dos 20 milhões de euros da Holdimo.
“O que eu quero dizer é que o Sporting não é a tasca da esquina. Não entra dinheiro por baixo da porta. A entrada de capital foi escrutinada pela entidade competente, que é a CMVM. E não só foi escrutinada na altura como, salvo erro em 2015, há dois deputados, Duarte Marques e Ana Gomes, que pedem à CMVM para averiguar a proveniência dos capitais que entraram no Sporting. E a CMVM volta a fazer uma investigação e volta a fazer um relatório”, começou por dizer.
Nunca conhecemos que a CMVM tivesse identificado alguma irregularidade. Que é a entidade competente. Que é a entidade que tem meios e obrigação de aferir a proveniência dos capitais. É que esta ideia de que o dinheiro entrou por baixo ou saiu de uma conta que não se sabe de onde, não cola com os mecanismos a que o próprio processo obriga. Para entrar, a CMVM tem de o permitir. A CMVM interveio por duas vezes. Portanto, eu sobre esse tema nunca tive nenhum desconforto”, continuou Nuno Correia da Silva.
Questionado sobre a saída de Slimani do clube por problemas com Rúben Amorim, o ex-administrador disse: “O Slimani não foi escolhido pelo treinador, foi proposto ao treinador, mas não teria vindo contra a sua vontade. Em termos desportivos, creio que o Sporting perdeu uma oportunidade, mas percebo o treinador. A sua regra de ouro é a coesão do grupo, nenhum jogador vale mais do que o todo. Ninguém tem lugar garantido, em cada dia o jogador tem de tentar ganhar a titularidade. Não divide a equipa em jogadores titulares e jogadores de banco”.
“Creio que o Slimani não percebeu as novas regras, foi uma pena não ter tido mais tempo para se adaptar e é um caso que deve fazer o Sporting melhorar o acompanhamento aos jogadores. Desportivamente, perdemos um bom jogador, mas manteve-se a fórmula que privilegia o todo, a equipa. Financeiramente, não foi uma operação bem sucedida, mas faz parte da dinâmica do futebol e é perfeitamente acomodada nos resultados que obtivemos”, concluiu.