O que inicialmente parecia ser um negócio encaminhado para um acordo tranquilo transformou-se numa incógnita para Otávio. O jogador não vê outra possibilidade senão a sua transferência para o FC Porto no último dia de mercado, que é esta quarta-feira. Foi com surpresa e revolta que o central do Famalicão soube, após o treino matinal de terça-feira, que a transferência entrou num impasse preocupante.

O acordo entre os clubes, que envolvia o pagamento de €12 milhões pela totalidade do passe (um modelo alternativo proposto pelo FC Porto era €10 milhões por 80% dos direitos económicos, parcialmente detidos pelo Flamengo), foi bloqueado pelo fundo que detém 85% da SAD do Famalicão. Numa decisão incomum, dado o histórico de negociações feitas por Miguel Ribeiro que nunca foram desaprovadas, o Quantum Pacific Group decidiu colocar um travão à saída do central de 21 anos. Pelo menos por enquanto.

O fundo argumenta que, havendo propostas superiores às do FC Porto, próximas da cláusula de €15 milhões de Otávio, não faz sentido autorizar a venda aos portistas por valores mais baixos. O problema é que o jogador não está disposto a mudar radicalmente de rumo, especialmente para ligas menos mediáticas, como a MLS ou os emergentes campeonatos da Península Arábica, quando tem a oportunidade, que considerava certa, de lutar por títulos e jogar na Liga dos Campeões pelo FC Porto. Os dragões estão a observar com preocupação esta mudança de direção tão perto do fecho do mercado, vendo a decisão da Quantum Pacific Group como uma forma de pressão que pode, no limite, fazer com que a transferência não se concretize.

Há a possibilidade de Jorge Mendes, um nome influente, ajudar a resolver a situação. O proprietário do principal grupo investidor do Famalicão, o israelita Idan Ofer, faz parte da rede de contactos do agente, proporcionando uma margem de confiança de que a mudança do central para o FC Porto pode ainda acontecer. Caso contrário, os azuis e brancos terão de ativar o plano B para encontrar outro central.