Pedro Proença quebrou o silêncio sobre toda a polémica com Fernando Gomes

No jantar de comemoração do 111.º aniversário da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pedro Proença destacou a necessidade de transparência e frisou que “ninguém está acima das organizações”. Foi o primeiro evento desde a sua eleição, em 14 de fevereiro, e contou com a ausência notória de Fernando Gomes, seu antecessor, especialmente após as tensões sobre a eleição para o Comité Executivo da UEFA.
No seu discurso, Proença referiu-se ao contributo de várias figuras do futebol português: “A história do futebol português foi escrita com talento, paixão e dedicação de muitos: dirigentes, treinadores, jogadores e árbitros. Muitas pessoas contribuíram para esta história. Ninguém está acima das organizações.” Mencionou ainda antecessores como António Joaquim de Sá e Oliveira e Fernando Gomes, destacando também o trabalho de Gilberto Madail, a quem dirigiu um elogio: “O futebol português deve-lhe a devida vénia. Há de chegar o momento em que o respeito pelo que fez será reconhecido.”
O líder federativo garantiu que a FPF tem de olhar para o futuro sem receios: “O livro da história da FPF nunca estará finalizado. Será sempre uma obra inacabada.” Reforçou ainda a necessidade de progresso: “A melhor forma de honrar a história centenária da FPF é olhar o passado como um ponto de partida para o futuro. Honrar o que já foi feito e fazer mais. Sempre melhor. Olhar com orgulho para o que foi ganho, mas ganhar mais, ganhar sempre mais.”
Comprometendo-se a fazer mais e melhor, Proença assegurou: “Nós não somos a FPF, a FPF não nos pertence. Este será sempre o espírito que nos guiará enquanto estivermos à frente desta casa.”
Sobre a sua liderança, prometeu transparência: “Seremos intransigentes na seriedade dos procedimentos, inflexíveis na defesa da credibilidade da FPF, irredutíveis na transparência e na integridade da gestão. Doa a quem doer. Ninguém manda na FPF, porque a federação não é de ninguém.”
Proença também destacou a necessidade de modernização e responsabilidade: “Queremos uma FPF mais transparente, mais credível, mais escrutinável, mais auditável, mais profissional. Permitam-nos escolher o nosso presente e o nosso futuro.”
No encerramento da cerimónia, reafirmou o compromisso com a unidade do futebol português: “A nossa obrigação é unir o futebol, e nada nos desviará desse propósito. Acreditem: temos muitas páginas para escrever convosco.”
O evento decorreu na Arena FPF, na Cidade do Futebol, e contou com atuações de Cuca Roseta e Stereossauro.