Ruben Amorim abordou a pressão de treinar o Manchester United e comparou o ambiente do clube inglês com o que se vive em outros países. Em entrevista ao canal brasileiro TNT Sports, destacou que, em Portugal, a reação dos adeptos seria muito mais intensa caso a equipa enfrentasse dificuldades semelhantes às dos red devils.

“Eu venho de Portugal, um país mais latino. Ver um clube que está a passar tantas dificuldades e ter este ambiente no estádio… eu falo sobre isso com os jogadores, é outra cultura. O peso da camisola… claro que é muito difícil jogar no Manchester United. Aquela sensação de peso e de pressão no estádio é maior em outros países, no Brasil, por exemplo. Em Portugal, se isto acontecesse, eles não conseguiriam sair à rua ou jogar o próximo jogo em casa porque era muito difícil. Aqui não sinto isso. Considero isso a pressão real. Depois há a pressão das redes sociais. É difícil para eles controlarem isso, mas a verdade é que podemos controlar. É não ver e não ler. É difícil, mas temos de tentar viver a vida real. Somos uns felizardos por jogarmos neste clube. Cada vez que existe essa sensação no estádio, qualquer evento relacionado com o clube, sinto sempre essa emoção e o orgulho de pertencer a este clube”, afirmou.

Amorim também comentou a atmosfera em Old Trafford e a ansiedade dos adeptos em ver a equipa jogar bom futebol:

“Têm esperança e carência. É o que nos dá muita força. Para mim, como treinador, imaginar a nossa equipa a jogar bom futebol durante 90 minutos. A empolgar aquele estádio. Eles estão muito carentes, mas também estão muito esperançosos. Cabe-nos a nós não estragar essa esperança. Qualquer jogada, qualquer triangulação, qualquer lançamento, jogada ao primeiro toque… há ali qualquer coisa que está prestes a explodir. Temos que ter noção disso, trabalhar muito, mas é preciso algum tempo para colocar a equipa a praticar o futebol que eles precisam.”