Sete pessoas a julgamento por morte de adepto junto ao Estádio do Dragão
O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto determinou que sete dos oito acusados envolvidos na morte de um adepto próximo ao Estádio do Dragão durante as celebrações do título em maio de 2022 serão levados a julgamento por homicídio. De acordo com a decisão instrutória, que foi emitida no sábado (uma vez que o prazo máximo de prisão preventiva expiraria no domingo), e a qual a agência Lusa teve acesso, o oitavo arguido, também acusado de envolvimento na morte de Igor Silva, de 26 anos, enfrentará um julgamento por ameaça.
“Os arguidos Renato Gonçalves, Marco Gonçalves (conhecido por Marco ‘Orelhas’), Paulo Cardoso, Diogo Meireles, Miguel Pereira, Rui Costa e Sérgio Machado não souberam refrear os seus impulsos violentos, motivados por um desejo de vingança, numa escalada de violência, por motivos relacionados com desentendimentos familiares que envolviam os arguidos Renato Gonçalves e Marco Gonçalves [filho e pai] com o Igor Silva”, diz o juiz de instrução criminal.
De acordo com o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, os arguidos demonstraram ter “personalidades agressivas, inclinadas para a violência extrema, e mostraram completa indiferença pela vida humana”. Eles tinham a intenção de se aproveitar da grande multidão de pessoas e do anonimato que esperavam que lhes proporcionasse.
Com o objetivo de assassinar a vítima, que foi agredida e esfaqueada 18 vezes, os arguidos equiparam-se com “instrumentos cortantes e perfurantes para facilitar a concretização do plano que haviam acordado”.
A fase de instrução, que é uma etapa opcional destinada a determinar se o processo deve prosseguir para julgamento e em que termos, foi solicitada por três dos arguidos e pela mãe da vítima. Esta última argumentou que a mulher e a filha de Marco ‘Orelhas’, Marisa Santos e Iara Gonçalves, deveriam também ser julgadas pelo homicídio do seu filho. No entanto, o juiz de instrução, Pedro Miguel Vieira, considerou que não havia provas do envolvimento delas na morte de Igor Silva.
As duas mulheres, juntamente com uma terceira arguida, enfrentarão um julgamento por agressões a uma jovem.